Nesta quarta-feira (23), a polícia chega ao 15º dia de buscas por Lázaro Barbosa, "serial killer de Brasília". As buscas começaram no dia 9, após uma chacina em uma chácara de Ceilândia, no Distrito Federal. Lázaro é apontado como assassino de quatro pessoas da mesma família.
Desde então, uma força-tarefa que chegou a 270 policiais, cinco cães farejadores, três helicópteros, drones, cavalos e interdições em rodovias tentam localizar o criminoso. As equipes contam com rádios comunicadores com até 30km de cobertura, mas sofrem com a ausência de equipamentos que ajudem na visualização noturna, de acordo com o jornal Correio Braziliense.
A polícia agora segue uma nova pista, que apareceu na noite dessa terça-feira (22). O caseiro de uma propriedade rural afirmou ter trocado tiros com o bandido, em Cocalzinho de Goiás, onde as buscas são feitas. Por volta das 22h, os policiais entraram na mata para tentar localizar o homem. Sem sucesso, as equipes retornaram à base, por volta das 00h. As buscas devem continuar, pela área, ao longo do dia.
Na terça-feira, a polícia divulgou a informação de que um cão farejador que ajuda nas buscas ficou ferido, após se machucar em uma pedra. Segundo a PM, o cachorro já está bem. O caso aconteceu na quinta-feira (17), mas só repercutiu nas últimas horas. Na semana passada, Lázaro chegou a disparar contra um cão farejador, durante uma troca de tiros com a polícia. Felizmente, o animal não foi atingido.
Em 15 dias de fuga, Lázaro já desafiou a polícia diversas vezes. Esteve em várias chácaras e fazendas, fez reféns, trocou tiros com os agentes de segurança e sempre conseguiu escapar. De acordo com fontes do portal UOL, cerca de 70% dos moradores da região deixaram suas casas, nos últimos dias, por medo do que Lázaro pode fazer, caso invada uma propriedade.
A uma família feita refém na semana passada, Lázaro disse que quer sair do Distrito Federal e de Goiás, e fugir para outro estado. Bloqueios na BR-070 vasculham os veículos e tentam evitar que o bandido escape.
Além disso, o Exército forneceu 40 rádios comunicadores para que as equipes possam utilizar durante as incursões na área. A polícia tem recebido doações e apoios materiais e morais de vários setores da sociedade, como entes públicos e privados, desde o início da operação. "Os policiais nunca estiveram desamparados", explica a nota.
A força-tarefa também tem contado com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), que segue em apoio, nas ações das forças de segurança pública.
O Governo de Goiás ressalta ainda que, em 24 horas de funcionamento, o disque denúncia aberto para captar informações sobre o paradeiro de Lázaro Barbosa, recebeu mais de 1.000 denúncias. No entanto, boa parte destas ligações são provenientes de trotes ou informações que não contribuem para a operação.
Ainda assim, a Secretaria solicita quaisquer informações que possam contribuir para a captura do suspeito e, para isso, foi disponibilizado o número 061 99839-5284.
O suspeito, após trocar tiros com a polícia, na última quinta (17), no bairro onde o pai mora, voltou, no sábado (19), e revirou a casa de uma senhora. Um carregador de celular foi roubado e o criminoso conseguiu fugir.
A juíza da Vara de Execuções Penas do Distrito Federal, Leila Cury, não conheceu o pedido formulado pela Defensoria Pública do DF em favor do réu Lázaro Barbosa de Sousa, "serial killer de Brasília", que se encontra foragido e há 14 dias é procurado pelas forças policiais do DF e de Goiás, após cometer vários crimes.
Uma pessoa que fingiu ser policial se infiltrou entre as equipes e entrou em local restrito aos agentes que participam da ação, em Cocalzinho, Goiás (GO). O homem, que chegou a dar informações e afirmou ser de outra equipe, foi detido na madrugada desse domingo (20).
A Polícia aposta no desgaste emocional e no cansaço físico para tentar capturar o Lázaro Barbosa. "Ele está a cada dia mais cansado, mais acusado. Não deixa, de maneira nenhuma, de ser perigosíssimo, mas está nas últimas forças. Tenho quase certeza que cheguei a vê-lo, a 1 km de distância, do outro lado de um vale. A aparência dele não era de pessoa ferida", chegou a comentar com a imprensa o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Rodney Miranda.
Essas aparições do fugitivo, que teve seu perfil traçado como sendo de um psicopata, sugerem, portanto, maior aproximação da operação policial com a localidade exata do fugitivo.
Com o cerco policial se fechando, a tendência é que Lázaro sofra mais estresse, aponta Cássio Thyone, perito criminal aposentado da Polícia Civil do Distrito Federal e membro do conselho do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. "Ele precisa dormir, se alimentar, vencer o próprio estresse psicológico. Tempo é o fator que favorece quem está tentando encontrar a pessoa e não quem está tentando fugir", complementa.
Apesar disso, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), declarou, no mesmo dia, que as buscas podem durar até um mês. "Eu pedi o máximo de cautela. Temos tempo. Não precisa atropelar [...] Ele está cercado, dentro da circunscrição e não vai escapar de ser capturado. Pode ter 10, 20, 30 dias", disse o governador.
Para o governador, "qualquer coisa que aconteça, vindo do sujeito, é muito explicável. Ele é assassino. Tudo depende de como é que ele vai se comportar, se vai reagir, ter processo de ansiedade, enfrentar ou continuar. Ele tem a característica do habitat. Ele sabe onde está pisando".
A Secretaria de Segurança de Goiás também aponta dificuldades de apuração do caso, pelo excesso de fake news. Os agentes têm recebido falsas informações sobre o suspeito, o que, segundo Miranda, tira tempo das investigações.
"É um problema sim. Não só essa fake news [de que Lázaro estaria em um cemitério], como outra de que ele já havia sido baleado, que já estava morto. Tudo isso atrapalha, porque não só a nossa Inteligência, como as unidades de operação, tem que checar. Às vezes a gente deixa de atender mais rapidamente uma informação procedente, para atender uma que não tem relevância", disse, na última 5ª feira.
Lázaro é acusado de matar, a tiros e facadas, três pessoas na zona rural de Ceilândia no último dia 9 de junho. Os mortos eram Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos Gustavo Marques Vidas, de 21 anos, e Carlos Eduardo Marques Vidal, de 15 anos.
O foragido também é apontado como responsável pelo sequestro da mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade. O corpo dela foi encontrado no dia 12 à beira de um córrego, próximo da casa onde a família morava. Na terça-feira (15), ele fez uma família refém em uma chácara e atirou em um policial, que foi atingido de raspão.
Lázaro também é investigado pela morte de um caseiro em Girassol, no dia 5 de junho, quatro dias antes do assassinato da família.
O homem mais procurado do Distrito Federal, atualmente, é o baiano Lázaro Barbosa Sousa, de 32 anos, nasceu no município de Barra do Mendes, na Bahia, a 500 km de Salvador. O suspeito é casado e tem dois filhos. Criado na mata, no passado, ele já ficou foragido da polícia da Bahia por 15 dias.
Em Barra do Mendes, ele cometeu ao menos dois assassinatos, depois mudou de estado para dar sequência a sua empreitada criminosa.
Oficialmente, a polícia do Distrito Federal não trata Lázaro Barbosa de Sousa como um "serial killer". Ele é suspeito de assassinar quatro pessoas de uma mesma família, na semana passada, e está fugindo dos policiais, desde então. Na fuga, ele já trocou tiros e fez reféns. O termo "serial killer" para tratar este caso foi adotado por usuários das redes sociais, tecnicamente, de forma errada.
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