Violência

Conselheiro tutelar sofre tentativa de homicídio após família ser denunciada por abandono de incapaz

O homem chegou ao local para questionar o porquê do corte de benefícios sociais que ele recebia

Catêrine Costa
Catêrine Costa
Publicado em 22/02/2022 às 13:48
Notícia
Reprodução/ TV Jornal
O caso ocorreu no prédio do Conselho Tutelar do Curado II, em Jaboatão dos Guararapes - FOTO: Reprodução/ TV Jornal

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que um conselheiro tutelar é agredido por um homem enquanto trabalhava no Conselho Tutelar do Curado II, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. O caso ocorreu na última segunda-feira (21).

O vídeo mostra o momento em que o funcionário sai do prédio em luta corporal com o suspeito. É possível ver uma faca que está no bolso traseiro da bermuda dele. Várias pessoas tentam separar a briga, inclusive uma criança, mas ela logo é afastada. Em seguida, o conselheiro consegue imobilizar o agressor que foge em seguida.

Uma guarda municipal ainda aparece nas imagens com um cassetete, mas não atuou.

A vítima

A vítima foi o conselheiro tutelar Robinson Vitor de 33 anos. Ele conta que estava trabalhando quando o homem chegou para questionar o porquê do corte de benefícios sociais que ele recebia. Enquanto fazia ameaças, ele percebeu que o suspeito estava armado.

"Recebemos uma denúncia que existia quatro crianças em situação de abandono de incapaz. Quando ficou constatado foi necessário a aplicação de medida protetiva, de acordo com o estatuto. Quando isso é aplicado alguns benefícios sociais, de acordo com a legislação, são travados", relatou. 

A faca foi retirada do bolso do homem pela mulher dele durante a briga. O casal perdeu a guarda temporariamente das crianças após denúncias de abandono.

Ferimentos

O conselheiro teve apenas escoriações leves, mas o caso foi registrado na delegacia de Cavaleiro, em Jaboatão do Guararapes, como tentativa de homicídio.

Denúncia

Segundo o presidente da associação de conselheiros tutelares do nordeste, casos de violência contra a categoria são diários. "É algo gritante e alarmante o que os nossos profissionais estão passando. É um risco de vida eminente", revelou. 

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