Na última semana epidemiológica, os números de casos e mortes por covid-19 (novo coronavírus) voltaram a subir, após queda acentuada, na semana anterior.
Os registros de diagnósticos positivos para covid-19 aumentaram 10% e as notificações de óbitos pela doença tiveram um incremento de 6%.
Apesar do crescimento, em relação à última semana epidemiológica avaliada, a situação no país se mantém estável, pois, segundo os critérios utilizados para análise, variações abaixo de 15% para mais ou menos significam estabilidade, não crescimento ou queda
Esses dados estão no Boletim Epidemiológico desta semana, apresentado em entrevista coletiva do Ministério da Saúde, nessa quarta-feira (23). A análise considera a Semana Epidemiológica (SE) 38, referente ao período do dia 13 ao dia 19 deste mês.
O indicador da SE é empregado por autoridades de saúde para medir a evolução de pandemias, como a do coronavírus.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, a soma de casos na SE 38 foi de 212.553, contra 192.687 na semana epidemiológica anterior. A curva havia iniciado um movimento de queda na SE 30; há dois meses, teve um incremento entre as SEs 35 e 36 e havia sofrido uma queda grande entre as SEs 36 e 37, até ter essa reversão da tendência.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo de Medeiros, trouxe pela primeira vez um comparativo de duas semanas (período utilizado por autoridades de saúde por ser o tempo de manifestação do coronavírus), destacando que apesar da alta registrada na última semana, se considerado este intervalo, houve baixa.
“Verificamos que houve aumento na última semana. Mas quando olhamos o período que usamos de parâmetro como de 14 dias consecutivos temos redução de 23% de novos casos”, ponderou o secretário.
A mudança na trajetória da curva se deu em todas as regiões do país, sendo maior no Centro-Oeste (16%), Sul (12%) e Nordeste (11%).
A reversão no movimento de queda também ocorreu na curva de mortes. Na última semana epidemiológica, foram registrados 5.322 óbitos, contra 5.007 na anterior. A curva estava em um platô desde a SE 23, em maio. Passou a apresentar uma redução leve a partir da SE 30, consolidando a tendência na SE 34.
Medeiros comentou que o Ministério está avaliando, mas que na mudança das curvas, o aumento de testes e outros fatores podem ter influenciado. “Estamos testando muito mais no Brasil do que no passado. Quando isso ocorre, tem muito mais chances de identificar casos novos. Nas últimas semanas, tem havido finalização de análise de óbitos que não estavam conclusas”, pontuou.
Na distribuição por estados, o aumento nos casos se deu, sobretudo, na Região Norte (40%). Também houve incremento no Sudeste (10%) e Sul (6%). Já no Nordeste (-5%) e Centro-Oeste (-2%) houve leve diminuição.
Na situação mundial, até o momento, foram registrados 31.3745.325 casos e 966.399 óbitos desde o início da pandemia. Os Estados Unidos têm 6,8 milhões de casos, Índia com 5,6 milhões e Brasil com 4,5 milhões.
Em número de mortes, os EUA lideram com 198.793 e o Brasil vem na 2ª posição, com 137,2 mil casos.
Quando olha-se a situação de casos por 1 milhão de habitantes, situação mundial é de 4.019 casos e 123,8 mortes. No coeficiente de incidência (casos por 1 milhão de habitantes) o Brasil está na 11ª posição, enquanto na taxa de mortalidade (falecimentos por 1 milhão de habitantes) o Brasil fica na 7ª colocação.
Até a SE 38, foram registrados 388.091 casos de covid-19 com Síndrome Respiratória Aguda Grave. Outros 84.474 ainda estão em investigação. Já os óbitos por covid-19 e SRAG somaram 133.092, com 2.433 em investigação.
Na entrevista online, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, confirmou que o governo federal tem a intenção de aderir à Covax Facility, um grupo de vários países que tem como objetivo acelerar o desenvolvimento de vacinas e proporcionar mundialmente o acesso equitativo destas soluções.
“A Covax reúne diversas propostas de desenvolvimento de vacina, atuando com princípios como segurança, eficácia, logística. No caso do Brasil, trabalhamos com critérios como ser viável levar à população”, explicou Neto.
Apesar do nome parecido, a Covax não se confunde com a Covaxx, subsidiária da empresa de biotecnologia norte-americana United Biomedical Inc, que firmou parceria com o laboratório nacional Dasa para testar mais uma alternativa de vacina contra o coronavírus.
O número de mortes em função da pandemia do novo coronavírus chegou a 138.977 no Brasil, conforme a mais recente atualização de dados do Ministério da Saúde, divulgada na noite dessa quarta-feira (23).
Em 24 horas, foram registrados 869 novos óbitos. Na terça (22), o total estava em 138.108. As autoridades de saúde ainda investigam 2.422 mortes que podem ou não estar relacionadas à doença.
Já o total de casos acumulados atingiu 4.624.885. Entre terça e quarta, as secretarias estaduais de saúde acrescentaram ao sistema do Ministério da Saúde 33.281 novos diagnósticos da covid-19. Na terça, o sistema marcava 4.591.604 de pessoas infectadas, desde o início da pandemia.
Considerando a evolução das curvas de casos e mortes, o Brasil voltou a ter crescimento de ambas, segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com a atualização, 493.022 pessoas estão em acompanhamento e outras 3.992.886 já se recuperaram.
Em 24 horas, o estado de São Paulo, que tem o maior número absoluto de casos e mortes no país, contabilizou 6.551 novos casos e 226 novas mortes por covid-19. Com isso, o estado acumula 951.973 casos confirmados do novo coronavírus, com 34.492 mortes.
Do total de casos diagnosticados, 818.593 pessoas já estão recuperadas da doença, sendo 104.209 delas após internação.
Há 3.972 pessoas de todo o estado internadas em estado grave em casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus, além de 5.280 internadas em enfermarias. A taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) está em torno de 46,9% no estado e de 46,1% na Grande São Paulo.
Além de São Paulo, os estados com mais mortes são Rio de Janeiro (17.911), Ceará (8.861), Pernambuco (8.085) e Minas Gerais (6.897). As unidades da Federação com menos vidas perdidas até o momento são Roraima (616), Acre (652), Amapá (697), Tocantins (890) e Mato Grosso do Sul (1.204).
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