O ex-síndico do condomínio de luxo Píer Maurício de Nassau, Carlos Nobre, onde Miguel Otávio Santana da Silva morreu após cair do 9º andar, afirmou que o local em que o menino teve acesso antes da queda está de acordo com as normas exigidas pela lei. Além do ex-síndico, que deixou a função no dia 19 de maio, o zelador do prédio também prestou depoimento nesta quarta-feira (10).
‘’O (meu) depoimento foi bem claro. A casa de máquina, o acesso (ao local) e as esquadrias são todas de acordo com as normas. Não existe (na lei) obrigatoriedade da tela (de proteção). A legislação exige de 1,1 metro a 1,20. Lá (no prédio onde Miguel morreu) está com 1,24 ou 1,25. A alvenaria está com 1,15. Eu até agora digo que não entendi como o pequeno Miguel conseguiu subir’’,afirmou Carlos Nobre.
Inquérito
Ao todo, três perícias já foram feitas no local do acidente de Miguel. De acordo com os peritos que investigam o caso, várias imagens estão sendo analisadas e estudadas. Ainda não há um prazo para os laudos sejam entregues ao delegado, mas a Polícia Civil tem 30 dias para concluir o inquérito. No entanto, o período pode ser prorrogado dependendo do andamento das investigações.
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Carta da mãe de Miguel
A empregada doméstica, Mirtes Renata Santana da Silva, divulgou uma carta, através de seu advogado, e falou sobre o perdão pedido pela sua patroa, autuada por homicídio culposo e liberada ao pagar fiança de R$ 20 mil. Na carta, Mirtes escreveu um relato bastante emocionado sobre a perda do filho.
‘’Eu não tenho rancor. Tenho saudade do meu filho. O sentido da vida de quem é mãe passa pelo cheiro do cabelo do filho ao acordar, pelo sorriso nas suas brincadeiras, pelo “mamãe” quando precisa do colo e do abrigo de quem o trouxe ao mundo’’. Leia a carta na íntegra.
Revolta pela morte de Miguel
A triste morte de Miguel, de 5 anos, ocorreu no dia 02 de junho. Desde a tragédia, vários artistas do Brasil repercutiram o caso com imagens e caricaturas do garoto, além de pedirem, nas redes sociais, justiça para a família do menino. Dias depois da morte do menino, um protesto tomou as ruas do Recife.