O auxílio emergencial chegou a 38,7% dos domicílios brasileiros em maio. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19 realizada pelo IBGE para estimar os impactos da pandemia do novo coronavírus na saúde e no mercado de trabalho do país. No Norte e no Nordeste, o percentual superou os 50% de lares.
O valor médio do benefício foi de R$ 846,50 por residência no país. São 26,3 milhões dos 68 milhões de domicílios brasileiros que tiveram acesso ao Auxílio Emergencial. Desse total de lares contemplados, 82% possuíam renda domiciliar per capita de até R$ 832,65, ou seja, em muitos casos inferior ao valor do benefício obtido.
Ao todo, o Auxílio Emergencial, com valores de R$ 600 ou R$ 1.200, já chegou a mais de 64 milhões de beneficiados, num investimento de R$ 90,8 bilhões. Segundo o estudo do IBGE, os recursos do Auxílio Emergencial por domicílio corresponderam a 44,6% do rendimento médio dos ocupados, a 77,5% do rendimento médio dos trabalhadores por conta própria e foram 21,2% superiores aos rendimentos médios dos trabalhadores domésticos.
Trabalhadores autônomos e domésticos integram as categorias principais do público-alvo do Auxílio Emergencial.
Os dados regionalizados, conforme aponta estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostram que o Norte e o Nordeste foram as regiões que tiveram maior impacto positivo. Segundo análise feita por Marco Cavalcanti e Maria Andreia Lameiras, esse efeito foi significativo não apenas porque o valor do benefício emergencial foi maior nessas regiões, mas também porque nessas localidades a média de rendimentos é menor.
“O Auxílio Emergencial chegou prioritariamente, como se esperaria, aos grupos que seriam de fato o público-alvo do programa: pessoas que trabalham por conta própria, informais, pessoas que têm menor estabilidade no emprego e que moram em domicílios com renda mais baixa”, afirma Marco Cavalcanti, diretor-adjunto de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.
O Nordeste é a região com maior valor pago do Auxílio Emergencial, concentrando mais de 36% do total, seguida pelo Sudeste (35%) e Norte (11%). Entre os 19 milhões de trabalhadores do país que estavam afastados do trabalho, aproximadamente 9,7 milhões estavam sem a remuneração laboral em maio. Este total representava 51,3% das pessoas afastadas do trabalho que tinham e correspondia a 11,5% do total de ocupados.
Nordeste e Norte mostraram os maiores percentuais de pessoas afastadas do trabalho e sem remuneração: 55,3% e 53,2% das pessoas afastadas e 16,8% e 15,0% da população ocupada na região, respectivamente.
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