Nesta terça-feira (11), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o país se tornou o primeiro a registrar oficialmente uma vacina contra o coronavírus (covid-19) e declará-la pronta para uso.
Durante uma reunião do governo, nesta terça-feira (11), Vladimir Putin enfatizou que a vacina passou por testes adequados e se mostrou eficaz e segura para uso, oferecendo imunidade duradoura ao coronavírus. Ele informou ainda que uma de suas filhas já foi vacinada.
A filha do líder russo teria recebido duas injeções da vacina e estaria se sentindo bem. "Ela participou do experimento", disse. De acordo com Putin, a filha teve uma temperatura de 38°C, no dia da primeira injeção da vacina, e caiu para pouco mais de 37° C, no dia seguinte. Depois da segunda injeção, ela teve novamente um ligeiro aumento de temperatura e, em seguida, tudo acabou, segundo o presidente.
"Ela está se sentindo bem e tem um grande número de anticorpos", acrescentou Putin. Ele não especificou qual de suas duas filhas, Maria ou Katerina, recebeu a vacina.
Segundo afirmou o ministro da Saúde russo, nesta terça-feira (11), a vacina deve promover a imunidade por até dois anos.
A vacinação na Rússia irá começar enquanto os testes de Fase 3 continuam, conforme informou o professor Alexander Gintsburg, chefe do Instituto Gamaleya que desenvolveu a vacina. Inicialmente, haverá apenas doses para realizar a vacinação em 10 a 15 das 85 regiões da Rússia, conforme revelou o professor, de acordo com a agência de notícias Interfax. A produção em grande escala da vacina deverá ter início em setembro e a vacinação em massa pode começar já em outubro, de acordo com as autoridades russas.
Segundo o presidente russo, a vacina será voluntária. Por lá, médicos, professores e outros grupos de risco será os primeiros imunizados. A Vice-Primeira-Ministra Tatyana Golikova informou também que a vacinação de médicos deve ter início ainda neste mês.
Quando a pandemia atingiu a Rússia, Putin ordenou que as autoridades estaduais reduzissem o tempo dos testes clínicos para vacinas potenciais contra o coronavírus. A Rússia registrou 897.599 casos de coronavírus e 15.131 mortes pela doença.
Os estudos humanos tiveram início no dia 17 de junho e contaram com 76 voluntários. Metade do grupo recebeu a injeção com a vacina em estado líquido e outra metade tomou a vacina feita por meio de pó solúvel.
Alguns dos voluntários foram recrutados do serviço militar, o que levantou a preocupação de que os militares tenham sido pressionados a participar.
Apesar de ser uma aparente boa notícia, cientistas nacionais e internacionais alertam, no entanto, que a pressa em começar a usar a vacina contra o coronavírus antes dos testes da fase 3 pode ser um problema. Esses testes, normalmente, duram meses e envolvem milhares de pessoas.
Quando os testes foram declarados concluídos, surgiram dúvidas sobre a segurança e eficácia da vacina. Alguns especialistas zombaram das garantias das autoridades russas de que a vacina produziu a resposta imunológica desejada e não causou efeitos colaterais significativos, apontando que tais alegações precisam ser apoiadas por dados científicos publicados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que todas as vacinas candidatas devem passar por estágios completos de testes antes de serem lançadas. Os especialistas destacaram ainda que as vacinas que não são testadas corretamente podem causar danos de várias maneiras - desde um impacto negativo na saúde até a criação de uma falsa sensação de segurança ou até minando a confiança da população nas vacinas.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou estar em contato com as autoridades russas sobre o andamento das pesquisas relacionadas à vacina anunciada pelo Kremlin. No entanto, destaca que o produto ainda não passou por uma avaliação da entidade.
De acordo com a OMS, qualquer vacina que seja considerada para ser pré-qualificada precisa passar por um exame "rigoroso" no que se refere a "segurança e eficiência".
Em mapeamento realizado pela OMS sobre as mais de 160 vacinas pelo mundo que estão sendo pesquisadas, o produto russo não aparecia, até a última atualização, em 31 de julho, como uma das seis mais avançadas nos testes clínicos.
Seis delas estavam em fase três, entre elas a vacina contra o coronavírus que é desenvolvida pela Universidade de Oxford, que tem parceria com a Fiocruz para a produção de 100 milhões de doses no Brasil, e a vacina contra a covid-19 realizada em cooperação entre o Instituto Butantan e uma empresa chinesa.
A vacina russa, naquele momento, aparecia apenas na primeira fase de testes, o que significaria meses, até uma eventual conclusão de seus exames.
Na corrida para o lançamento da vacina contra o coronavírus, no último mês, os Estados Unidos, Inglaterra e Canadá acusaram a Rússia de usar hackers para roubar pesquisas relacionadas a vacina.
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
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